Memories

"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

Published by 「ϻȝƚɋɣαɦȡ 」 under on 16:32:00
Está nublada a tarde - nuvens densas, o Sol por detrás delas escondido, uma luz difusa, mórbida a clarear a Terra; e, acima de tudo, está muito fria, de um modo delicioso. De cá, sentado no banco - em madeira belamente esculpido - desta praça, observo as pessoas em mais um de seus dias que são todos iguais. Umas passam apressadas; outras, distraídas. Deverão seguir uma rotina diária? Bem, quê importa? Se não a houver no tempo e espaço, há no âmago, na essência de todos os seres.

Espero a chegada de minh'amada: combinamos de cá nos encontrarmos para irmos juntos ao teatro. Ela está atrasada, mas tudo bem: perdoa-se, sempre, o atraso de quem se ama. Minutos depois, avisto-a a caminhar em minha direção. Como ela é bela! Se eu houvesse estado magoado por seu atraso, vislumbrá-la retira-me todo o sentimento antagônico. Ela me é a personificação da deusa do amor grega, Afrodite - e eu, um coração eternamente enamorado por si. Eu a amo muito.

Faltam-me palavras...


Queria falar de heróis. Da humanidade - e do humanismo. Em como uma pessoa pode ser importante para o mundo, caso ela se dedique a tal. Como os gênios revolucionários são necessários. Que os eruditos não passam de pessoas com maior nível cultural; mas, oh, os diletantes, estes sim deveriam receber o título major. Eruditos para além da simples erudição. Que crianças passam fome e morrem por isto, e nós nada fazemos - sequer um dedo movemos! - para isto mudar. Em o quanto somos insignificantes e tolos: o mundo nunca foi, não é e jamais será nosso. Querer controlar as forças da natureza, corrompendo-o, é um dos maiores erros da humanidade. De que nos vale o conforto se este não puder ser apreciado? Ou, se puder, se para alcançá-lo é necessário derrubar centenas de árvores, retirando assim o lar de muitos animais, muitos dos quais, por tal, fenecem? Como as pessoas podem ser tão egoístas? Até que ponto a materialidade pode corromper a essência de alguém, tornar à esta pessoa vil, reles? E quanto ao Brasil, este país de nível tecnológico em ascensão? Politicamente corrupto, dividido em classes desordenadas; de baixa cultura... Pessoas que só pensam em futebol - até matam e deixam morrer por isto! -, carros, mulheres/homens; jovens sem o mínimo de formação filosófica, que saem de noite e voltam para casa somente de manhã, com a propriedade odorífera do álcool, a vangloriarem-se por terem beijado tantas e tantos, ou algo congênere... um país em qual o que vale é a “casca” (beleza exterior) e não o fruto verdadeiro, a face a qual se dá aos tapas. A alma.
Às vezes, eu me canso disso tudo... Devo lhes confessar um segredo: gostaria de ter nascido alguns séculos atrás. Na época da caça às bruxas, talvez. Eu seria um ser caçado que lutaria até o fim, e, se morresse, seria gloriosamente. Mas, deveis vos estar a perguntar: qual a glória que há na morte? E eu vos digo: qual é o sentido de se viver se não for para mudar ao mundo? Uma pessoa que vive por si e para si morre sem ser notada... Mas, percebei, o importante não é ser notado: é ter feito a diferença para alguém. É como amantes de puro amor: vive-se para o bem do bem-amado. O que muda é: deve-se viver para o bem coletivo. É certo, não pode-se esquecer de si mesmo. Pensar em si pensando em outros, compreendeis? É isto o que eu, uma mente limitada - como todos nós, vós! -, penso a respeito de algumas coisas. Muito melhor seria se em nosso país, por exemplo, houvesse esta consciência. Mas, não, o “povo” gosta de ser feito fantoche dos magnatas... Ou de gritar injúrias assistindo aquele jogo de futebol. Sentem-se alegres ou felizes, sentem-se importantes assim. Oh, não é possível, eu devo ser de outro mundo... Quiçá de outro sistema intergalático...

Adieu... Tentarei continuar o texto outrora, e cá o hei-de postar. Mas é improvável... Quando paro, nunca dou continuidade a um texto. Senão quando reviro minha caixinha de Pandora.

Adieu, adieu!...

2 ϻĭņđʼƨ:

Anónimo disse... @ 7 de junho de 2008 às 22:21

eu sei bem como é não terminar um texto

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Anónimo disse... @ 22 de julho de 2008 às 10:56

"Abre-se vagarosamente a porta...
Permite-se ser visto entre seus vãos; mostra - sem medos - a tua face" Psiu, Medo!
Brincadeiras a parte, como é bom perceber sua consciência, meu amor! Assim sendo, somos dois intergalácticos... Já muito me perguntei sobre o pq da situação caótica de nosso país. Depois de conversas homéricas com meu professor de história, cheguei à conclusão que a causa do passado é o reflexo do futuro. Nom vejo solução, o país parece decair numa velocidade impressionante, e decairá mais, pois todos parecem satisfeitíssimos com a política de "pão e circo". Assim sendo, precisamos começar com ações próximas a nós. E eu, como diplomata de um futuro próximo (ah, os sonhos) ou como delegada da ONU (sonhar faz bem, nom?) farei o possível para que boas ações estendam-se ao máximo. Muito me orgulha a visão que vc tem do mundo. A cada dia me surpreende mais.

Amo-te,
Lia

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