Memories

"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

# Pieces

Published by 「ϻȝƚɋɣαɦȡ 」 under on 00:34:00


de todas as infindáveis eras, expostas em da luz infinita a claridade,
eu, sem piedade, oh! fui jogado aos da verdade os famintos vermes...
atiraram-me a terra enquanto podia sentir, e sentia, então, minha respiração
a de mim lentamente fugir, esvaindo-se para fora do corpo - agora dormente, gélido e sem vida...


minhas asas, retiradas e devoradas como a um insano banquete devoram os deuses da malevolência..
os meus olhos ñ mais brilham, meus passos não tem destino...
oh, crueldade e a besta! oh, que sou eu a infernal aparição demoníaca!

"assim como o sol nascente reflete minha dor" ¹

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¹ trecho da música "reversio ad secessum", da Draconian.

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o cortante frio faz-se adentrar
pelas frestas d'alma.. regela-nos.
será justo ao ser sentir a morte,
traiçoeira e vil, a vagarosamente aproximar-se
pelas sombras bailantes?
deverei permitir que adentre neste antro escuro e frio,
onde reina a podridão, seu rei a brandir o asqueroso cetro
das volúpias mais infernalmente tenras?...
a carne, se exposta à luz, reflete os limites da matéria.
se somos tão notoriamente falhos, por que então viver?
para superarmo-nos e sermos além de nós mesmos, eu digo!
que venha a morte, com seus doze repugnantes fantasmas,
e eu expulsá-los-ei com o poder da escuridão em uma mão,
e um tryfot na outra.
que venham, aguardo-vos!

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sobre os olhos caem-me pesadas gotas da torrencial chuva. estas ferem-nos; sinto um gélido ar a adentrar em meus pulmões - o que, de uma estranha forma, faz com que sinta-me muitíssimo bem. a temperatura de meu corpo envolta pelo mais frio dos cristais, o gelo. a alma, a minha outrora tão delicada alma, imperceptivelmente afunda-se cada vez mais na ensangüentada lama deste profundo poço. posso quase sentir o pêndulo a vagarosamente descer... "chego a desejar que ele me atinja"
esta efêmera existência passa-se ante meus olhos como um filme em preto e branco sem sentido... vejo-me através de meus próprios olhos, e percebo então que nada fui e sou... eternas contradições! serei, por fim? o quê?

condensaram-se as horas.. fui, sou!


Published by 「ϻȝƚɋɣαɦȡ 」 under on 10:21:00



Dentro de mim este monstro faz habitar,
Das trevas uma horrenda criatura..
Da bondade uma belíssima máscara sua face esconde.
Convida-me a uma dança.. Eu aceito.
Por longos anos, dançamos..

Ah! Soubesse eu, antes, como seria com ele dançar!..
Jamais teria aceito!...
Sinto queimar-se a carne minha como se envolta pelas
Infernais chamas estivesse... Sou por ele aos famintos corvos atirado...
Corvos estes quais a alma devoram-me..

(..)

!contradiçõeS
Do tempestuoso estar a respirar, árduas lições;
Por sua mascarada face dados, os mais obscuros sermões.
“Sentir o ar.. Viver, viver - e nada mais!
Ânimo! Desejo.. É preciso a 'vontade de fogo';
Faz-se necessário que à tu'alma a vida soprada seja.
Bom viandante das abismais fendas, que fazes aqui?
Não percebes?.. Este não é o teu lugar! Cá, apenas as sombras lhe aguardam.
Oh, não, não, este, certamente, não é o teu lugar. Por que te espelhas neste mundo?
O reino de escuridão a ti não pertence.. Su'alma outras esferas têm de as habitar o desejo.
Moço de minha outra face, meu outro Eu.. Oh, por favor, os segundos findam-se!..
Vai-te, e não tornes a aqui estar!
Vai-te!”

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