Memories

"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

Dedicado a um ser especial :

Published by 「ϻȝƚɋɣαɦȡ 」 under on 11:01:00


Ela:

Entre as ausências postas nos espaços do tempo, reverbera dentro de todo meu ser um gritante desejo; “És forte”, dizem-me alguns. Que sabem de mim, senão o que lhes deixo perceber?
Sou frágil como o mais fino cristal que a uma leve brisa vibra, e sou forte como a origem de tal brisa: tempestuoso bater de asas. Sou eu e tenho dentro de mim um antagonismo ao meu próprio ser: passo a existir como quem não existe; sou quem não pode ser; a que não é vista, nem percebida – tudo por eu mesma, no vértice de minha essência. Minha essência, oh! E o que dela verte, senão os mais tímidos desejos suprimidos? Desejos de criança, inocentes, imaculados; e a ela também, bem o sei, vertem-se desejos alheios: por alguns poucos posso me sentir bem-amada. Se bem que, afinal, que é o amor?

Ele:

Oh! Que assombrosa dúvida, q’rid’amiga, sobre o imo lhe pesa! Retira de ti este pesar, limpa o teu ser de todo alquímico pó da natureza às controversas.
O amor, se a mim permites expor o que penso sobre, é um sentimento de doação; Percebas, não se pode amar se pensa-se em si mesmo com egoísta sentir: não se deve q’rer estar com alguém por sentirmo-nos bem com este, tão unicamente – mas sim sentirmo-nos bem em fazer bem a esta pessoa – um desejar-nos bons sentimentos através do bom sentir da amada pessoa, sem sermos, no entanto, egoístas. Em verdade é uma reação da ação que traduz o amar. É ser a razão de alegrias desta pessoa, sem ser, contudo, a única: sua liberdade para voar é o que de mais precioso se lhe pode oferecer quem a ame.

Ela:

Estás certo, talvez, meu querido, mas os teus sentimentos aos meus divergem-se; quero dizer, por vezes a logos está sobre meu coração; ensina-me a pensar com o coração, a sentir com a razão.

Ele:

Ensino, com todo o demasiado prazer de estar a tua presença. Que suas ausências preencham-se de tua própria essência; a sede pelo novo lhe seja saciada através de tua incansável busca por tal; parte, sim, parte rumo ao feroz destino de um viandante das estrelas: busca na imensidão do universo o elixir para tua sempiterna existência. E, no entanto, estarás para todo o incontável tempo que cabe a uma eternidade – dentro do íntimo meu, nos mais profundos espaços de meu coração: do desconhecido ao perfeitamente sabível, és em mim. Sua existência traz-me alegrias; dou por ti a respiração de meu corpo. Rufemos as asas, de par em par... Diria Alphonsus! Subamos ao céu, desçamos ao mar... Partamos, partamos! Pois o mundo para nós já não é necessário, está realizado o que incumbidos fomos a fazer. Libertam-se nossas almas destas velhas carcaças, pobre material orgânico que gera o direito a luxúria - mais diria, o indesejado sentimento de luxúria – em algumas ocasiões - - e, no ventre da mãe Terra, haverá de perecer e nova beleza gerar: dar alento as flores campestres, quais a primaveril aragem sopra existência, ateia história!
Sim, partamos rumo ao infinito! Sejamos o infinito!
Dá-me, minha querida, as tuas mãos. Permite-me segurar-lhas enquanto voamos a altitudes nunca d’antes experimentas pelo humano ser. Como é tão mais bela a vista de cá! Como tudo é novo!

Quem narra o que algum dia ouvira de sua avó:

{ Fecham-se num forte laço, das alegrias maiores o afável abraço. Seus corpos, entre lágrimas de pureza, perecem, acalentam a terra, geram vida; suas almas, ah! Estas desconheço onde estejam, mas, onde quer que seja, estarão a voar em plena liberdade... Para sempre na eterna novidade. São seres livres! }



9 ϻĭņđʼƨ:

Anónimo disse... @ 14 de setembro de 2008 às 11:31
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse... @ 14 de setembro de 2008 às 11:52

"Não posso!" Grita ela entre as lágrimas.
"Como poderia saber o que é, como é, condenar a isto, se nunca vivi? Se nunca de fato experimentei, se nunca soube o que era ser como os outros, se aqui, presa na Torre, eu nunca pude, de fato, ser? Perdoa-me, Anjo, mas preciso viver. Preciso SER, sim, SER demasiada humana e comportar-me como tal. Já nom posso negar a natureza desconhecida. Há aqui uma vontade de entender pq riem daquela forma, e pq o revirar dos olhos... Preciso experimentar esta vida, nom posso voar”.

Anónimo disse... @ 14 de setembro de 2008 às 11:56

“Há em mim sangue que corre quente. Há em mim fome de carne e sede de saliva.
Tu, que já sabes como é, tu que já viveste e experimentaste e anda, todos os dias, sabendo como é fazer parte do mundo: tu podes agora libertar a ti mesmo, por considerar isto grilhões. Eu, que nunca de fato vivi, sinto insaciável. Nunca estive tão longe da idealização, nunca estive tão longe do idealismo. Tudo isto soa, para mim, de fato, como uma prisão. Pois tudo isso me alegra nas fantasias de Amélia, mas qnd abro os olhos percebo a realidade que me espera”.

Anónimo disse... @ 14 de setembro de 2008 às 11:58

“Nom, há me mim vontade de ser tocada pelo orvalho e sentir o que sente a rosa quando ele percorre pela pétala. Quero aprender a dançar como dançam as folhas, quando tocadas pelo vento. Pode haver em tudo isto uma mentira encravada: nada passa de um prazer momentâneo. Mas e daí? Tudo é momentâneo. Todo segundo é diferente do anterior, tudo se transforma, como transformou seu sentir por mim, percebo. Nom o condeno, sinto-me tão lisonjeada! Mas nom triste por nom poder sentir de uma forma evoluída como tu. Nom, nom, quero o toque. Necessito.

Anónimo disse... @ 14 de setembro de 2008 às 12:07

“Necessito do calor de um toque para quebrar o frio que me congela...


Estarei observando a lua, e quando vir teu vulto ao voar, acenarei feliz por saber que estás bem, amando a sua maneira.

Perdoe minha impureza e este nom saber amar.”

E assim entre as lágrimas ela mostra - sem medo, porém - a sua face impura.

Lina :) disse... @ 14 de setembro de 2008 às 12:09

Oooi Uíu :D
Eu sempre leio o seu blog.
Nem sempre comento.
Mas sempre gosto do que leio.
^^'

Beijos :*
Lina

Lina :) disse... @ 16 de setembro de 2008 às 10:48

Editou? O_O'

Anónimo disse... @ 16 de setembro de 2008 às 14:43

As vezes eu me perco entre tantas próclises/enclises/mesóclises! HEUAHEHUAHEUAHE
Mas eu gostei do texto, gosto muito do que você escreve e cansei de te falar isso. Falei tanto que acho que você já sabe e nos meus próximos coments a menos que eu faça uma ressalva, fica implícito.
O desfecho desse texto foi ótimo, mas da minha vó materna eu só ouvi um "não seja sem-vergonha" e da minha vó paterna "por que você não namora com seu primo?" ¬¬

Dá uma lida no meu último post por favor, acho que você vai gostar :]
Se puder me dar alguma sugestão, me "alumiar" com as suas idéias eu agradeço!

Beijo!

Anónimo disse... @ 6 de outubro de 2008 às 00:56

Olá , lindo nome indizível.
Obrigada pelo seu comentário ,havia recem visitado aqui antes do te comments, tb pela mesma fonte , mas o q qeria dizer foi sobre minha imediata vontade de falar sobre sua Lilith.Com ceretz vc a tem forte no mapa.
Bj

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